Maria: Mãe e Modelo

Uma das devoções mais belas da Igreja Católica é à Virgem Maria, Mãe de Jesus; logo, mãe de Deus encarnado. É também nossa Mãe, Mãe da Igreja.

Sendo, a “Mãe de Deus”, jamais Maria pode ser uma “mulher qualquer”; seria uma ofensa ao Criador pensar assim. Ela foi escolhida por Deus, desde toda a eternidade, para ser a Mãe do seu Filho feito homem. Ela lhe deu a carne humana, sem a participação de um homem, mas sim, por obra do Espírito Santo.

É lógico que não foi Maria quem criou o Verbo de Deus; Deus é incriado, sempre existiu por causa própria. Mas Maria, por vontade de Deus, tendo em vista a salvação nossa, se tornou verdadeiramente a Mãe de Deus humanado, como dizia São Bernardo.

No seu canto “Magnificat”, Maria disse: “Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada” (Lc 1,48b). De fato, nestes dois mil anos de Igreja, jamais ela deixou de ser proclamada bem-aventurada, glorificada e amada. A Igreja católica presta um culto adequado àquela que é a Mãe de Deus.

Maria é a filha predileta de Deus Pai, a Mãe santíssima do Filho e a Esposa do Espírito Santo. Já percebeu a intimidade que ela tem com a Santíssima Trindade? Por isso, e muito mais, que a Santa Igreja Católica venera, ama, louva* e bendiz Maria, sabendo assim que está prestando um culto de glória e louvor a Seu Filho que é Deus.

 Mas Maria não é uma deusa, não pertence a Trindade divina. Toda a Tradição da Igreja, desde o primeiro século, fala abundantemente de Nossa Senhora; razão pela qual lhe presta um culto especial, a “hiperdulia”, que significa “grande admiração, veneração”, que é diferente de “idolatria”, que significa “adoração”, que é o culto pelo qual nos dirigimos somente à Deus.

Graças a Deus temos uma Mãe, que não é apenas uma boa mulher, mas a Mãe do próprio Deus encarnado, Mãe que nos ama e que intercede poderosamente junto à Deus por nós no céu.

Vamos refletir sobre alguns dos principais fatos da vida de Maria:

 

·       Anunciação (Lc 1,26-38)      Modelo da Igreja, antes de existir Igreja – Dizia o “sim” cada dia

- Toda preparação e espera do Antigo Testamento se realiza em Maria. Ela é escolhida para ser a Mãe do Salvador;

- Recebe o anúncio do Anjo em sua casa, em Nazaré. A figura do anjo significa a dimensão de fé – (cfr. Jz 6,11-24; Ex 3,1-3);

- “Não conheço nenhum homem”. Maria não era casada. Era virgem;

- “Conceberá pelo Espírito Santo”. Nessa união se realizam a aliança de Deus com a humanidade;

- Nova Eva. A primeira disse “Não”. Maria diz “Sim” ao Plano de Deus;

- “Faça-se em mim segundo a Vossa vontade”. Ela se coloca a disposição de Deus, e neste diálogo com o anjo vemos a intimidade de Maria com Deus;

- Maria é o primeiro modelo de fé da Igreja. Ter fé é receber tudo de Deus e dar-lhe o que Ele quer de nós;

- “Eis aqui a serva do Senhor”. Significa: aceitação, abertura e pobreza;

- Foi aí que Jesus se encarnou: “e o Verbo se fez Carne” (Jo 1,14);

- A cada dia Maria vai renovar o “sim” e reviver a presença de Deus dentro dela. (Cfr.Lc 1,28);

- Há mudança de planos, mas ela sabe que aquilo que Deus escolhe para nós nos santifica mais do que quando escolhemos o próprio caminho;

- Maternidade de Maria é um grande privilégio. Ela é o primeiro sacrário vivo de Nosso Senhor. Ela é a Mãe de Jesus não só porque o gerou, mas fez a sua vontade;

- A fé é a virtude que Maria praticou em mais alto grau, com abertura a Deus. Fé é isto:  aceitação – abertura à vontade de Deus – serviço e compromisso com os irmãos.

 

·       Visita a Izabel (Lc 1,39-45;56)              Serviço – compromisso –  caridade

- Lição de serviço e compromisso. Maria vai ao encontro dos necessitados. Caridade não é só dar, mas principalmente, doar-se ao irmão;

- Serviço: Quanto mais recebemos, mais devemos doar-nos;

- Sua prima Santa Isabel, cheia do Espírito Santo, a saúda como “a Mãe do meu Senhor”, quando Maria foi visitá-la. “De onde me vem a honra de receber a visita da Mãe do meu Senhor?” (Lc 1,43). Santa Isabel foi a primeira a anunciar ao mundo quem era Maria: “a Mãe do meu Senhor”. Os judeus só usavam a expressão Senhor (=Adonai) para Yahweh(=Deus). Então, o que Isabel disse a Maria foi: És a Mãe de Deus.

 

·       Magnificat (Lc 1,46-55)                   Fiel –  Bem Aventurada

- Maria, cheia do Espírito de Deus, canta um canto de louvor: “o Magnificat”;

- Nesse canto, vemos que Maria conhece toda a História da Salvação;

- Maria está aberta para Deus e para os irmãos. Tem a fidelidade dos Profetas;

- Ela conhece a realidade, angústias e esperanças do seu povo;

- Embora tenha um coração voltado para Deus, ela tem os pés na realidade do povo;

- Maria viveu as Bem-aventuranças proclamadas por Jesus.

 

·       Nascimento de Jesus (Lc 2,1-21)                Confiante em Deus nas adversidades

- É preciso ir a Belém por causa do recenseamento. Apesar das dificuldades, Maria confia, porque sabe que o mesmo Deus que escolhera para Mãe do Salvador, providenciará um lugar para seu filho nascer;

- Esse também é o caminho daqueles que se colocam, mais perto, à disposição de Deus;

- Anúncio da Boa Nova aos pastores. Sempre a revelação de Deus é feita aos pequeninos;

- Obscuridade da fé. Maria não compreendia, mas guardava essas coisas no seu coração.

 

·       Apresentação no Templo (Lc 2,22-40)        Obediência a Deus

- Cumprimento da Lei – Obediência – Oferta dos pobres;

- Louvores de Ana e alegria de Simeão (profetas): “Agora Senhor, posso ir em paz porque meus olhos viram o Salvador”;

- Profecia de Simeão à Maria: “Uma espada de dor transpassará seu coração”. Mas Maria não se revolta porque sente a presença de Deus.

 

·       Jesus no Templo entre doutores (Lc 2,41-52)                    Catequista –  Graça – Compreensiva

- Festa da Páscoa. Jesus fica perdido em Jerusalém. Maria o encontra no templo, entre os doutores da lei, e todos o admiravam pelas palavras que proferia. A profecia, no que diz respeito a missão de Jesus, começa a se realizar;

- A responsabilidade de Maria é grande. Ela a carrega não como um fardo, mas como graça de Deus;

- Resposta de Jesus: “Cuidar das coisas do Pai”. Maria é Mãe que compreende o filho.

- Jesus ia crescendo em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens. Maria era sua Mãe e catequista.

 

·       Bodas de Caná (Jo 2,1-11)                                     Sensível – atenciosa – pedagoga

- Primeiro milagre de Jesus. Mulher atenta, antecipa o milagre. Inicia-se aí, a vida pública de Jesus;

- Acreditou em Jesus antes do milagre e os discípulos demoraram para acreditar;

- Mulher pedagoga: “Fazei tudo o que Ele disser”;

- Ela pode pedir ao Cristo que transforme também a nossa água em vinho (as nossas dificuldades, as nossas dúvidas, etc.).

 

·       Maria no Calvário (Jo 19,25-27)                  Fortaleza – Mãe da Humanidade indicada por Deus

- Maria acompanhou todo sofrimento de Seu Filho, flagelação, zombarias, crucificação.

- Vendo o Apóstolo João, Jesus, sobre a Cruz, nos deixa sua Mãe. Maria recebe uma nova maternidade: ser Nossa Mãe, Nossa Senhora, a Mãe da Igreja. É o próprio São João quem relata isto.

- João aos pés da Cruz de Jesus, representava cada um de nós batizados.

- A exemplo de São João, devemos levá-la para nossa casa, isto é, para nossa vida;

- O último presente que Jesus nos deu antes de voltar para o Pai foi Sua Mãe. E, se Jesus o fez, é porque precisamos dela como Mãe espiritual para chegarmos até o céu.

- No silêncio, Maria foi a mulher que mais alto falou do amor de Deus;

- Fez a mais bela oração: de fé, oferecimento, aceitação e fidelidade;

- Mais uma vez, agora no Calvário, ela reafirma o “faça-se”, o sim a Deus;

- Em pé, aos pés da Cruz, perseverante e firme na fé, vivenciou a Morte de Seu filho Jesus, ápice da redenção da humanidade.

 

·       Pentecostes (At 1,14)                                 Oração – Mãe da Igreja

- Maria estava no nascimento da Igreja;

- Mulher de oração, também, em comunidade;

- Maria educou Cristo ao longo dos anos, acompanhou-o em sua vida pública, subiu com Ele ao Calvário, para ser mais tarde, a Mãe da Igreja e Rainha dos Apóstolos.

 

Jesus veio por meio de Maria. Fez o seu primeiro milagre nas Bodas de Caná da Galiléia, por pedido dela, e, na cruz antes de morrer no-la deu como Mãe. Jesus nos deixou a Sua Mãe, que acompanha a cada um de nós, na luta desta vida, para ser o nosso auxílio. Jamais seremos órfãos de mãe, ainda que falte a nossa mãe terrena. A Igreja nos ensina a pedir as graças ao Filho através da Mãe.

 

Não tenhamos medo de ter devoção a Maria; quanto mais a amamos mais estaremos exaltando a Deus.

 

Fonte: Internet   Autor: Desconhecido



Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro - Reriutaba - CE